segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Por que eu não respondo o "Bom Dia" que recebo na rua!!



Eu gosto muito de andar e faço praticamente tudo a pé, mesmo até quando é um pouco longe. Vou e volto caminhando para o trabalho, academia, terapia, yoga, supermercado, encontro com os amigos... enfim raramente eu uso o transporte coletivo, um táxi, um uber ou qualquer outra coisa do tipo. 

E são incontáveis os "bom dia", "boa tarde", "boa noite" que você recebe pelo caminho, não respondo todos. Parece grosseria, parece, "nossa um bom dia tão inocente e ela não respondeu..." Não, não respondi e não vou responder, porque quando eu respondo nunca para no bom dia, pois no outro dia eu vou passar por ali de novo e a pessoa já se sente a vontade de começar a puxar um papinho, vai ficar olhando para a sua bunda depois que você passa, já vai tecer um 'elogio' para a sua roupa, já vai mandar um "oi gata" e por ai vai...

Sei que talvez possa parecer radical demais não responder a nenhum "bom dia" na rua, pode ser que algum seja apenas um bom dia mesmo, sem segundas intenções, apenas para ser gentil com uma pessoa que você vê todos os dias, mas a grande maioria não é, a grande maioria usa como desculpa para vir com aquele papinho furado e muitas vezes nojento que nós mulheres estamos cansadas de escutar por ai. 

Outro dia no caminho para o trabalho, as 7:30 da manhã, passando em frente a padaria que sempre passo, um senhor que descarregava mercadorias nessa padaria, teceu comentários tão absurdos quando eu passei, que o colega dele que também descarregava falou: "Olha a moça, mas não mexe, é feio isso e mulher não gosta." - É isso mesmo é muito feio é mulher não gosta, mulher não gosta que assobie para ela na rua, mulher não gosta de ser chamada de gostosa na rua, mulher não gosta de homem babaca que parece que nunca viu mulher na vida, não somos um pedaço de carne, um objeto, somos pessoas e merecemos respeito.  

Gente estamos em  2016, quantas coisas evoluíram, é triste saber que existem pessoas, homens e mulheres, que ainda tem um pensamento tão equivocado em relação ao papel da mulher na sociedade, ao que pode e não pode ser feito por elas, onde elas devem ou não ir, qual roupa usar e por ai vai. Ai você acorda abre o jornal e lê que 49% dos homens acham que carnaval não é lugar para mulher direita... Para né!!! Lugar de mulher é onde ela quiser, que fique bem claro isso. 

Até quando vamos ler este tipo de coisa, até quando vamos educar nossos filhos homens e mulheres para ter esse pensamento, porque não é só homem não, tem muita mulher que acha o mesmo, o que me deixa mais triste ainda. Mulher que vira para você e diz: "Nossa você parece um homem..." Por que? Porque eu moro sozinha, pago as minhas contas, viajo e me divirto muito bem sozinha?  Eu não acho que me pareço com um homem porque eu faço tudo isso e muito mais, mas sim uma mulher com plena consciência dos meus direitos, meu papel na sociedade e minhas obrigações, porque eu não sou melhor nem pior que um homem, porque a vida não é uma competição entre os sexos, a vida é linda e esta ai para ser vivida em sua plenitude, seja você homem ou mulher. 

Então vamos parar com esse papinho do que uma mulher pode ou não pode, quais os lugares que ela deve ou não frequentar, que roupa usar e por ai vai. Vamos viver, nos divertir, assumir nossos papeis nesse mundo. Aproveita que é carnaval vai se divertir, brincar por ai e se encontra algum tipo machista de plantão sai de perto porque são tipos que não merecem o seu bom dia e lembre-se que qualquer tipo de abordagem sem o consentimento da mulher é assédio, é assédio é crime denuncie. 

Cacau Lima

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Mil Quatrocentos e Sessenta e Um Dias com São Paulo



E foi assim no dia 27 de Agosto de 2010, que eu cheguei aqui na cidade que nunca dorme, a pauliceia desvairada, a terra da garoa... Com duas malas grandes, uma mochila nas costas e muitas ideias e sonhos na cabeça,  tentando entender naquele Tiete para que lado eu ia, apesar de vir de uma cidade grande eu confesso que nunca tinha visto tanta gente junta num mesmo local.

E então cortei a cidade, observado tudo que eu podia, com destino ao Paraíso, lá seria a minha primeira casa paulistana, e nos dias que se deram a minha chegada fui explorando pouco a pouco as redondezas, cada dia ia um pouco mais longe, me perdia e me achava muitas vezes e por muito tempo e as vezes até hoje. Do Paraíso alcancei a Liberdade e depois Moema e hoje a Vila Clementino, cada lugar uma história diferente com pessoas diferentes, umas boas outras nem tanto.

Mas posso dizer que hoje eu estou no meu melhor momento desde o dia em que cheguei aqui. Agora morando definitivamente só, encarando com toda a veracidade o morar sozinho e fazendo uma busca do meu próprio ser, um mergulho interno nas minhas emoções, sensações e vibrações. Trazendo mais simplicidade para os meus dias e aprendendo a viver de forma mais leve, mesmo na loucura que é São Paulo. 

Os sonhos e as ideias que eu trouxe na cabeça, lá em 2010 quando cheguei, estes alguns ainda estão aqui, outros deram lugar a novos, ideias foram abortadas, outras amadurecidas, outras novas nasceram e acredito que este seja o ciclo, não estamos fechados e sim abertos ao novo o que nos faz trocar, devolver e até reinventar nossas ideias. 

E por fim preciso dizer que muita gente cruzou o meu caminho nestes quatro anos, amigos queridos que trago para sempre dentro do peito, pessoas não tão legais que a gente acaba encontrando na vida, amores descobertos em terras paulistanas e amigos que se tornam a sua família. Acredito eu que uma das grandes belezas da vida seja as relações que vamos construindo ao longo da nossa jornada, pelos lugares que passamos. 

São Paulo que eu aprendi a amar, tanto quanto a minha doce e gelada Curitiba, que possamos comemorar muitos outros aniversários em agosto e que eu nunca permita que você me engula em sua selva de pedra sua linda!!


Cacau Lima

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Quando eu me Perdi...



Eu sempre quis praticar Yoga, uma vontade bem antiga, que se na época tivesse atendido, estaria eu há mais de 10 anos na pratica e mais flexível que o homem elástico... Mas eu acredito que as coisas só acontecem quando elas realmente precisam acontecer, e eu me rendi ao meu desejo antigo da pratica do yoga neste momento da minha vida. 

Um momento delicado eu diria, de muitas duvidas, perguntas sem respostas, uma confusão danada aqui dentro. Eu realmente me perdi em mim para me redescobrir... Fiquei com medo, um puta medo. E agora José, como faz?  Reavaliar uma vida que você construiu em 34 anos de história, colocar em xeque suas escolhas profissionais e pessoais, questionar se é realmente isto que você quer, que te satisfaz, que da sentido ao momento que você vive.  E se não for o que é então? 

Sozinha eu creio que jamais conseguiria, e das muitas ajudas que eu escolhi a pratica do Yoga é uma delas, entendi que precisava aquietar a minha mente para conseguir buscar as respostas que estão dentro de mim. E apesar do pouco tempo de pratica, e das dificuldades de aquietar meus pensamentos na hora da meditação, com bastante disciplina e tentativas eu tenho conseguido cada vez mais fazer o mergulho para dentro do meu ser e buscar o que tem lá. E cada vez que eu realmente consigo a sensação é algo que eu ainda não sei descrever em palavras, só sei dizer que é bom e que volto de lá com as melhores sensações.

E hoje o medo inicial que eu senti quando acordei perdida, envolta a uma crise existencial, deu lugar a satisfação de me redescobrir, de se deliciar com cada experiência nova que vivo, de saborear mais os dias, contemplar... As vezes eu penso que  até agora eu apenas havia existido, mas hoje eu posso dizer que eu vivo, e que existe uma baita diferença entre viver e existir, que a gente sempre aprende da pior maneira possível...  E com a certeza que eu tenho agora eu posso dizer que estou na melhor fase da minha vida, ainda tenho muitas questões a serem compreendidas, muita coisa para conhecer, sentir, tocar e viver, passando verdadeiramente pelos dias ao invés de deixa-los passar por mim, como eu sempre fiz!!! 

Namastê

domingo, 6 de abril de 2014

Reflexões Sobre o Amor!



   Correndo no parque e escutando as conversas aleias, conversando com as minhas amigas, ouvindo sem querer as conversas no ônibus, na rua, nos bares e em diversos e variados lugares eu percebo que a grande queixa das pessoas é o amor, a falta dele, todo mundo quer  um amor, a unanimidade quer um amor tranquilo, como diz o poeta: com sabor de fruta mordida.
    Ai eu penso se todo mundo quer um amor, o porquê é tão difícil então?
    Será que nós pobres mortais estamos procurando um amor que nós inventamos,  que pintamos de uma cor que não existe no arco-íris, ou colocamos um ingrediente em sua formula que só é encontrado no topo da montanha da tribo das índias cegas e anãs da pele verde e de bolinha?
    Eu acredito que o amor não é este vilão que a gente pinta não, eu penso que o amor é muito mais simples do que a gente imagina, e por ser tão simples a gente não consegue nem enxerga-lo, pois estamos sempre esperando algo mirabolante em nossas vidas.
   Talvez seja a hora de paramos respirar com calma e ver o tal do amor, pode ser que  ele esteja bem mais próximo do que a gente possa imaginar, como diz a canção o amor pode estar do seu lado...
 Então abra os olhos, para de procurar por coisas extraordinárias, e presta atenção nas sutilezas da vida, nos detalhes, na simplicidade dos dias. Eu acredito que o amor surge de forma despretensiosa e vai aos poucos tomando conta de você, com os famosos frios na barriga e estar feliz só por saber que aquela pessoa existe, e todas as demais delicias que só o amor pode nos proporcionar, e que não sabemos nem o como explicar, até mesmo porque na minha visão o amor não tem explicação, eu não sei dizer o porque amo eu apenas amo, e eu penso que a hora que eu achar uma explicação lógica para isto, é porque o amor se foi!  

segunda-feira, 31 de março de 2014

...





Daquela inércia nada restou
A calmaria velha conhecida já não se conhece mais
Hoje as emoções doem rasgam a alma, até mesmo quando são boas
Não fazia ideia de que viver poderia ser tão doído
Que sentir a vida em sua totalidade causasse esta angústia desenfreada e até mesmo um certo ódio
Esta vontade de gritar, um grito oco, um grito sem voz, o grito vazio
E ao mesmo tempo um amor genuíno, um amor que não cabe no peito
A borboleta no estômago que não vai mais embora e causa arrepios de frio, medo, prazer...
Uma vontade de abraçar o novo e sugar sua essência, se embriagar disto tudo
Correr sem direção, sem olhar para traz, como se fugisse...
Fugisse da inércia, da mansidão e de toda a calmaria que já teve um dia.

Cacau Lima


quinta-feira, 6 de março de 2014

O Poema Que Não Sei Fazer...



Hoje eu queria ter o dom de escrever um poema
E se eu o tivesse escreveria sobre a libertação do ser
Sobre a leveza que se sente quando mesmo de maneira triste você liberta alguém de dentro de você
Do peso que sai das suas costas quando a culpa é dividida, e que ao invés de se cobrar você aceita que fez o que podia fazer.

Hoje se eu tivesse o dom de escrever um poema
Eu escreveria sobre as borboletas no estômago
Borboletas que causam uma euforia gostosa de sentir quando estão ali
Mas que também deixam uma atmosfera leve quando você as deixa partir.

Hoje se eu tivesse o dom de escrever um poema
Não seria um poema de amor
Seria um poema sobre a vida e as confusões que ele me traz
Talvez rimasse em versos e estrofes de forma simples e discreta.

Hoje se eu tivesse o dom de escrever um poema
Não seria sobre você
Seria sobre mim e a grande descoberta do meu ser.
Mas como eu não tenho o dom de escrever um poema, eu apenas fico imaginando como um dia ele poderia ser.


Cacau Lima

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Leve como a Chuva!!




Da janela do meu quarto eu vejo a chuva cair la fora, e hoje não é uma chuva torrencial como nos dois dias anteriores que tivemos fortes tempestades, é uma chuva calma, suave e nem barulho faz, é aquela chuvinha boa que quando chega demora a ir embora. E vindo de dois meses de calor intenso esta chuvinha é mais que bem vinda na tarde de hoje, por mais que seja sábado e você adoraria estar saracutiando pela rua. É uma chuva que veio para acalmar.
Eu olho pela janela e com o cair dos pingos eu remeto esta chuva leve para a minha vida, pois assim com o tempo eu também venho de meses de intensidade, de um súbito amor e inúmeras novidades na minha vida, boas, ótimas e ruins. Como nos dois dias anteriores eu também passei por duas tempestades seguidas e agora me vejo como esta chuva leve, calma e que nem barulho faz.
Uma chuva para reorganizar o tempo, colocar as coisas nos eixos, trazer o equilíbrio novamente para os nossos dias. Assim como a chuva eu também busco este equilíbrio, a paz que me foi levada e a esperança de um novo dia de sol, mas não aquele sol intenso que vai trazer a tempestade no final do dia, mas sim aquele sol saudável, que aquece, alimenta a alma, mas não causa queimaduras severas.
Seja bem vinda chuva e que as tempestades dos dias anteriores possam ter lavado o que não estava mais bom, para trazer novamente a harmonia e que eu possa ver o arco iris nascer quando esta chuva parar e acreditar que a vida vale sempre a pena, mesmo quando não parece ser tão boa.

Cacau Lima